O Centro Histórico de Curitiba é, sem dúvida, uma das áreas mais relevantes da cidade. Lá, muitas casas são patrimônio histórico e cultural. Nesta postagem, demonstraremos o grande valor desta região, contando sobre os famosos casarões, teatros, igrejas e palacetes, assim como seu valor para o Paraná.
O Largo da Ordem e o bairro São Francisco são os principais componentes do Centro Histórico. A cidade começou a se formar por lá; o marco zero da cidade fica na Praça Tiradentes, localizada a cerca de 5 minutos do Largo. São muitos os marcos regionais localizados lá, entre eles temos: O bebedouro, onde os tropeiros e viajantes da região saciavam seus cavalos. Existe desde o século XVIII e representa bem a realidade curitibana da época.
A "Igreja do Rosário - Santuário das Almas", erguida no começo do século XX baseada no estilo barroco, está localizada onde a antiga "Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Benedito" ficava. Esta foi demolida em 1931, tendo sido construída por escravos para escravos em 1737.
A "Casa Vermelha" (foto), hoje um espaço municipal ligado ao Memorial de Curitiba, serve como espaço cultural diverso. Em sua origem, era local de sede das firmas comerciais administradas pelo alemão Wilhelm Peters.
A "Casa Hoffman"/Centro de Estudos do Movimento, um local de referência para artistas, se dedica à dança e artes visuais e conta com grafite do artista Rimon Guimarães na fachada. "Hoffman" era uma família de tecelões, imigrantes austríacos que fizeram fortuna na antiga Curitiba.
O "Cavalo Babão", nome verdadeiro "Fonte da Memória", foi uma homenagem feita pelo artista Ricardo Tod aos cavalos que eram muito comuns na região. Reza a lenda que no local de construção da fonte se encontra enterrado o cavalo que babava. Dizem que trouxe fortuna a um menino que lhe deu amor sem se importar com sua característica peculiar.
A "Sociedade Garibaldi" é como ficou conhecido o Palácio projetado pelo engenheiro italiano Ernesto Guaita. O nome é referência a Giuseppe Garibaldi, lendário revolucionário. O local servia de centro de reuniões para a comunidade italiana da cidade; hoje é casa de eventos. Em frente ao Palácio Garibaldi se encontra o "Relógio das Flores", estrutura mecânica presenteada para Curitiba pela família Rosenmann, que funciona conectada a um painel de controle localizado na Igreja do Rosário.
Para além do Largo da Ordem, temos a Praça João Cândido, que se difere das outras de Curitiba porque lá ficam as ruínas do São Francisco. Estas eram fundação de uma futura igreja, porém o projeto foi abandonado. Ainda na praça fica o "Belvedere", casa em estilo Art Nouveau projetada para ser um mirante; seu local de construção era o mais alto da cidade. E as Arcadas do São Francisco, uma arquibancada que é usada para apresentações ao ar livre e comércios de arte, entre eles a maior Galeria de Arte de Curitiba, a galeria "Um Lugar ao Sol", com imenso acervo de artistas paranaenses e de renome nacional e internacional.
Vale mencionar o prédio que fazia parte do Centro Histórico, mas foi demolido: o "Clube Operário de Curitiba", localizado ao lado da Praça João Cândido. Inaugurado em 1883, serviu por muitos anos como local de evento para bailes e bandas curitibanas. Demolido, foi transformado em estacionamento.
Outras atrações do Centro Histórico são:
"O Museu Alfredo Andersen", dedicado ao artista norueguês morador de Curitiba, foi inaugurado em 1979. Além de exposição das obras, conta com workshops de arte.
"A Casa Romário Martins", museu da história de Curitiba em estilo colonial, é um dos poucos exemplares deste método arquitetônico na cidade. Seu nome faz homenagem ao historiador Alfredo Romário Martins, responsável por muitas pesquisas e esforços direcionados ao valor histórico do Paraná.
"A Casa João Turin", palacete do século 19, era prédio do governo até 1989, quando o acervo do falecido escultor curitibano foi transferido para lá por iniciativa da Secretaria de Cultura. Encontra-se fechada desde 2012 porque a obra de Turin foi leiloada. Infelizmente, ainda não foi encontrado um novo propósito para o espaço.
E ainda o "Conservatório de Música Popular Brasileira", antigo sobrado da família "Guimarães". O prédio serviu como hotel, pegou fogo em 1979, e os danos foram tantos que os proprietários não conseguiram restaurá-lo, assim a prefeitura assumiu a casa. Hoje é oficina de música e palco de apresentações; fazem trabalhos de propagação da MPB com o intuito de preservar o patrimônio cultural imaterial da nação.
"Museu Paranaense": Fundado em 1876, é um dos museus mais antigos do Brasil. Ele oferece exposições permanentes e temporárias que abordam a história e a cultura do Paraná.
"Museu de Arte Sacra": Localizado na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, este museu abriga uma coleção de arte sacra que inclui peças raras e históricas.
"Gibiteca de Curitiba", localizada no Solar do Barão, é um espaço cultural dedicado à preservação e promoção das histórias em quadrinhos e da cultura pop. Inaugurada em 1982, a Gibiteca possui um vasto acervo de quadrinhos nacionais e internacionais, além de promover exposições, oficinas, palestras e eventos relacionados ao universo dos quadrinhos. Este espaço é fundamental para a valorização e difusão da arte sequencial, oferecendo um ponto de encontro para fãs, artistas e estudiosos, e contribuindo significativamente para a formação cultural e artística da comunidade curitibana.
Feira do Largo da Ordem: Uma das mais famosas de Curitiba, realizada todos os domingos. A feira oferece uma vasta gama de produtos artesanais, antiguidades, comidas típicas e apresentações culturais, sendo um ótimo local para conhecer a cultura local e adquirir lembranças únicas.
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas: Esta é a igreja mais antiga de Curitiba, datada de 1737. Além de sua importância religiosa, é um ponto histórico e cultural significativo.
Memorial de Curitiba: Um espaço cultural multifuncional que promove exposições, eventos e atividades culturais. O memorial é dedicado à preservação da história e cultura de Curitiba.
Relógio das Flores: Um dos pontos turísticos mais fotografados, localizado na Praça Garibaldi. O relógio é feito de flores naturais e é uma atração charmosa do Centro Histórico.
Texto: EUIPE GP9 Foto: Flavio Antonio Ortolan